More PowerPoint presentations from kelly nascimento
Espaço criado para eu compartilhar com amigos, conhecidos, alunos, colegas e público em geral minhas ideias e minhas reflexões.
por um mundo de paz
pensando bem, fabricantes de armas desejam o tempo todo um mundo inseguro. Fabricantes de remédios nos desejam doentes.
domingo, 2 de dezembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Renascimento Artístico e cultural europeu
RENASCIMENTO
Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII. Os estudiosos, contudo, não chegaram a um consenso sobre essa cronologia, havendo variações consideráveis nas datas conforme o autor. Seja como for, o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista.
O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias americanas.
O Humanismo pode ser apontado como o principal valor cultivado no Renascimento. Baseia-se em diversos conceitos associados: Neoplatonismo, Antropocentrismo, Hedonismo, Racionalismo, Otimismo e Individualismo. O Humanismo, antes que um corpo filosófico, é um método de aprendizado que faz uso da razão individual e da evidência empírica para chegar às suas conclusões, paralelamente à consulta aos textos originais. O Humanismo afirma a dignidade do homem e o torna o investigador por excelência da natureza. Na perspectiva do Renascimento, isso envolveu a revalorização da cultura clássica antiga e sua filosofia, com uma compreensão fortemente antropocentrista e racionalista do mundo, tendo o homem e seu raciocínio lógico e sua ciência como árbitros da vida manifesta. Seu precursor foi Petrarca, e o conceito se consolidou no século XV principalmente através dos escritos de Marsilio Ficino, Erasmo de Roterdão, Pico della Mirandola e Thomas More.
O brilhante florescimento cultural e científico renascentista deu origem a sentimentos de otimismo, abrindo positivamente o homem para o novo e incentivando seu espírito de pesquisa. O desenvolvimento de uma nova atitude perante a vida deixava para trás a espiritualidade excessiva e via o mundo material com suas belezas naturais e culturais como um local a ser desfrutado, com ênfase na experiência individual e nas possibilidades latentes do homem. Além disso, os experimentos democráticos italianos, o crescente prestígio do artista como um erudito e não como um simples artesão, e um novo conceito de educação que valorizava os talentos individuais de cada um e buscava desenvolver o homem num ser completo e integrado, com a plena expressão de suas faculdades espirituais, morais e físicas, nutriam sentimentos novos de liberdade social e individual.
Por um lado, alguns daqueles homens se viam como herdeiros de uma tradição que havia desaparecido por mil anos, crendo reviver de fato uma grande cultura antiga, e sentindo-se até um pouco como contemporâneos dos romanos. Mas havia outros que viam sua própria época como distinta tanto da Idade Média como da Antiguidade, com um estilo de vida até então inédito sobre a face da Terra, sentimento que era baseado exatamente no óbvio progresso da ciência. A história confirma que nesse período foram inventados diversos instrumentos científicos, e foram descobertas diversas leis naturais e objetos físicos antes desconhecidos; a própria face do planeta se modificou nos mapas depois dos descobrimentos das grandes navegações, levando consigo a física, a matemática, a medicina, a astronomia, a filosofia, a engenharia, a filologia e vários outros ramos do saber a um nível de complexidade, eficiência e exatidão sem precedentes, cada qual contribuindo para um crescimento exponencial do conhecimento total, o que levou a se conceber a história da humanidade como uma expansão contínua e sempre para melhor. Talvez seja esse espírito de confiança na vida e no homem o que mais liga o Renascimento à antiguidade clássica e o que melhor define sua essência e seu legado.
O pensamento medieval tendia a ver o homem como uma criatura vil, uma "massa de podridão, pó e cinza". Mas quando se eleva a voz de Pico della Mirandola no século XV o homem já representava o centro do universo, um ser mutante, essencialmente imortal, autônomo, livre, criativo e poderoso. Esse otimismo se perderia novamente no século XVI, com a reaparição do ceticismo, do pessimismo, da ironia e do pragmatismo em Erasmo, Maquiavel, Rabelais e Montaigne, que veneravam a beleza dos ideais do classicismo mas tristemente constatavam a impossibilidade de sua aplicação prática universal e testemunhavam o deplorável jogo político, a pobreza e opressão das populações e outros problemas sociais e morais do homem real de seu tempo.
Costuma-se dividir o Renascimento em três grandes fases, Trecento, Quattrocento e Cinquecento, correspondentes aos séculos XIV, XV e XVI, com um breve interlúdio entre as duas últimas chamado de Alta Renascença.
Trecento
O Trecento representa a preparação para o Renascimento e é um fenômeno basicamente italiano, mais especificamente da cidade de Florença, polo político, econômico e cultural da região. A economia era dinamizada pela fundação de grandes casas bancárias, pelo surgimento da noção de livre concorrência e pela forte ênfase no comércio, e cada vez mais se estruturava em moldes capitalistas e bastante materialistas, onde a tradição era sacrificada diante do racionalismo, da especulação financeira e do utilitarismo. A Itália nesta época era um mosaico de pequenos países e cidades independentes. O regime republicano com base no racionalismo fora adotado por vários daqueles Estados, e a sociedade via crescer uma classe média emancipada intelectual e financeiramente que se tornaria um dos principais pilares do poder e um dos sustentáculos de um novo mercado de arte e cultura.
Os Médici, banqueiros plebeus, assumiram a liderança da classe mas logo se revestiram da dignidade da nobreza, e um sistema oligárquico voltou a dominar a cena política, muitas vezes se valendo da corrupção para atingir seus fins, mas também iniciando um costume de mecenato das artes que seria fundamental para a evolução do classicismo no século seguinte.
Na religião a mudança foi assinalada pela busca, amparada pela ciência, de explicações racionais para os fenômenos da natureza; por uma nova forma de ver as relações entre Deus e o homem, e pela ideia de que o mundo não deveria ser renegado, mas vivenciado plenamente, e que a salvação poderia ser conquistada também através do serviço público e do embelezamento das cidades e igrejas com obras de arte, além da prática de outras ações virtuosas. Deve-se frisar que mesmo com a crescente influência clássica, que era toda pagã na origem, o cristianismo jamais foi posto em xeque e permaneceu como um pano de fundo ao longo de todo o período, criando-se a síntese original que conhecemos hoje.
Quattrocento
O chamado Quattrocento (século XV) viu o Renascimento atingir sua era dourada. O Humanismo amadurecia e se espalhava pela Europa. Ao mesmo tempo, um novo interesse pela história antiga levou humanistas a vasculharem as bibliotecas da Europa em busca de livros perdidos de autores como Platão, Cícero, Plínio, o Velho, e Vitrúvio. O mesmo interesse fez com que se fundassem grandes bibliotecas na Itália, e se procurasse restaurar o latim, que havia se transformado em um dialeto multiforme, para sua pureza clássica, tornando-o a nova língua franca da Europa. A restauração do latim derivou da necessidade prática de se gerir intelectualmente essa nova biblioteca renascentista. A reconquista da Península Ibérica aos mouros também disponibilizou para os eruditos europeus um grande acervo de textos de Aristóteles, Euclides, Ptolomeu e Plotino, preservados em traduções árabes e desconhecidos na Europa, e de obras muçulmanas de Avicena, Geber e Averróis, contribuindo de modo marcante para um novo florescimento na filosofia, matemática, medicina e outras especialidades científicas. Para acrescentar, o aperfeiçoamento da imprensa por Johannes Gutenberg em meados do século facilitou e barateou imenso a divulgação do conhecimento para um público maior.
Um novo vigor nesse processo foi injetado pelo fim do Império Bizantino em 1453. Muitos intelectuais emigraram para a península Itálica e outras partes da Europa divulgando muitos textos clássicos de filosofia e instruindo os humanistas. Grande proporção do que hoje se conhece de literatura e legislação greco-romanas nos foi preservado por Bizâncio. As novas informações e conhecimentos e a concomitante transformação em todas as áreas da cultura levaram os intelectuais a perceberem que se achavam em meio a uma fase de renovação comparável às fases brilhantes das civilizações antigas, em oposição à Idade Média anterior, que passou a ser considerada uma era de obscuridade e ignorância.
Ao longo do Quattrocento Florença se manteve como o maior centro cultural do Renascimento, atravessando um momento de grande prosperidade econômica e conquistando também a primazia política em toda a região, apesar de Milão e Nápoles serem rivais perigosos e constantes. Foi o século dos Medici, destacando-se principalmente Lorenzo de' Medici, grande mecenas, e o interesse pela arte se difundia para círculos cada vez maiores.
Alta Renascença
A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci (a partir de c. 1480) e o Saque de Roma em 1527. Foi a fase de culminação do Renascimento, que se dissipou mal foi atingida, mas seu reconhecimento é importante porque ali se cristalizaram ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão e equiparação ao cientista e ao erudito, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e Michelangelo. Se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna não estava ainda completa, pelo menos estava assegurada sem retorno possível. Eventos como a descoberta da América e a Reforma Protestante, e técnicas como a imprensa de tipos móveis, transformaram a cultura e a visão de mundo dos europeus, ao mesmo tempo em que a atenção de toda a Europa se voltava para a Itália e seus progressos, com as grandes potências da França, Espanha e Alemanha desejando sua partilha e fazendo dela um campo de batalhas e pilhagens. Com as invasões que se seguiram a arte italiana espalhou sua influência por uma vasta região do continente.
Foi na Alta Renascença que a arte atingiu a perfeição e o equilíbrio classicistas perseguidos durante todo o processo anterior, especialmente no que diz respeito à pintura e à escultura. O idealismo que foi intensamente cultivado na antiguidade clássica encontrava uma atualização.
Apesar desse código de ética, era uma sociedade agitada por mudanças políticas, sociais e religiosas importantes em que a liberdade anterior desapareceu, e o autoritarismo e a dissimulação se ocultavam por trás das normas de boa educação e da disciplina, como se lê em O Príncipe, de Maquiavel, um manual de governo que dizia que "não existem boas leis sem boas armas", não distinguindo poder de autoridade e legitimando o uso da força para controle do cidadão, livro que foi uma referência fundamental do pensamento político renascentista em sua fase final e uma inspiração decisiva para a construção do Estado moderno. Assim, a grande diferença de mentalidade entre o Quattrocento e o Cinquecento é que enquanto naquele a forma é um fim, neste é um começo; enquanto naquele a natureza fornecia os padrões que a arte imitava, neste a sociedade precisará da arte para provar que existem tais padrões. Rafael resumiu os opostos em seu famoso afresco A Escola de Atenas, uma das mais importantes pinturas da Alta Renascença, realizada na primeira década do Cinquecento, que ressuscitou o diálogo filosófico entre Platão e Aristóteles, ou seja, entre o idealismo e o empirismo. Nesse período se observou o paulatino deslocamento do maior centro cultural renascentista de Florença para Roma, com a proteção do papado e o crescente afluxo de artistas de outras partes.
O Cinquecento
O Cinquecento (século XVI) é a derradeira fase da Renascença, quando o movimento se transforma, se expande para outras partes da Europa e Roma sobrepuja definitivamente Florença como centro cultural, especialmente a partir do pontificado de Júlio II. Roma até então não havia produzido grandes artistas renascentistas, e o classicismo havia sido plantado através da presença temporária de artistas de outras partes. Mas com a fixação na cidade de mestres do porte de Rafael, Michelangelo e Bramante formou-se uma escola local. O papado logo percebeu que a arte podia ser uma arma eficiente contra os protestantes, auxiliando em uma evangelização mais ampla e mais sedutora para as grandes massas do povo, e durante a Contra-Reforma foram sistematizados uma nova série de preceitos baseados na teologia contrarreformista, que determinavam em detalhe como o artista deveria criar sua obra de tema religioso. Mas assim, se por um lado a Contra Reforma deu origem a mais encomendas de arte sacra pela Igreja Católica, a antiga liberdade de expressão artística que se verificara em fases anteriores desapareceu, uma liberdade que permitira a Michelangelo decorar seu enorme painel do Juízo Final, pintado no coração do Vaticano, com uma multidão de corpos nus de grande sensualidade, ainda que o campo profano permanecesse pouco afetado pelas novas regras, que eram bastante dogmáticas e moralistas.
As artes no Renascimento
Nas artes o Renascimento se caracterizou, em linhas muito gerais, pela inspiração nos antigos gregos e romanos, e pela concepção de arte como uma imitação da natureza, tendo o homem nesse panorama um lugar privilegiado. Na pintura a maior conquista da busca por esse "naturalismo organizado" foi a recuperação da perspectiva, representando a paisagem, as arquiteturas e o ser humano através de relações essencialmente geométricas e criando uma eficiente impressão de espaço tridimensional; na música foi a consolidação do sistema tonal, possibilitando uma ilustração mais convincente das emoções e do movimento; na arquitetura foi a redução das construções para uma dimensão mais humana, abandonando-se as alturas transcendentais das catedrais góticas; na literatura, a introdução de um personagem que estruturava em torno de si a narrativa e imitava até onde possível a noção de sujeito.
Pintura
Sucintamente, a contribuição maior da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de representar a natureza, através de domínio tal sobre a técnica pictórica e a perspectiva de ponto central, que foi capaz de criar uma eficiente ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana. Tal conquista significou um afastamento radical em relação ao sistema medieval de representação, com sua estaticidade, seu espaço sem profundidade e seu sistema de proporções simbólico - onde os personagens maiores tinham maior importância numa escala que ia do homem até Deus - estabelecendo um novo parâmetro cujo fundamento era matemático, no que se pode ver um reflexo da popularização dos princípios filosóficos do racionalismo, antropocentrismo e do humanismo. A linguagem visual formulada pelos pintores renascentistas foi tão bem sucedida que permanece válida até hoje.
O cânone greco-romano de proporções voltava a determinar a construção da figura humana; também voltava o cultivo do Belo tipicamente clássico. A pintura renascentista é em essência linear; o desenho era agora considerado o alicerce de todas as artes visuais e seu domínio, um pré-requisito para todo artista. Para tanto, foi de grande utilidade o estudo das esculturas e relevos da Antiguidade, que deram a base para o desenvolvimento de um grande repertório de temas e de gestos e posturas do corpo. Outro diferencial em relação à arte da Idade Média foi a introdução de maior dinamismo nas cenas e gestos, e a descoberta do sombreado, ou claro-escuro, como recurso plástico e mimético.
Giotto, atuando entre os séculos XIII e XIV, foi o maior pintor da primeira Renascença italiana e o pioneiro dos naturalistas em pintura. Sua obra revolucionária, em contraste com a produção de mestres do gótico tardio como Cimabue e Duccio, causou forte impressão em seus contemporâneos e dominaria toda a pintura italiana do Trecento, por sua lógica, simplicidade, precisão e fidelidade à natureza. O estilo naturalista e expressivo de Giotto, contudo, representava a vanguarda na visualidade desta fase, e se difundiu para Siena, que por um tempo passou à frente de Florença nos avanços artísticos. Dali se estendeu para o norte da Itália.
Depois de Giotto o próximo marco evolutivo foi Masaccio, em cujas obras o homem tem um aspecto nitidamente enobrecido e cuja presença visual é decididamente concreta, com eficiente uso dos efeitos de volume e espaço tridimensional. Também deve-se lembrar a influência renovadora sobre os pintores italianos da técnica da pintura a óleo, que no Quattrocento estava sendo desenvolvida nos Países Baixos e atingira elevado nível de refinamento, possibilitando a criação de imagens muito mais precisas e nítidas e com um sombreado muito mais sutil do que o que era conseguido com o afresco, a encáustica e a têmpera. Mais adiante, na Alta Renascença, com Leonardo da Vinci, a técnica do óleo se refinou e penetrou no terreno do sugestivo, ao mesmo tempo em que aliava fortemente arte e ciência. Com Rafael o sistema classicista de representação visual chegou a um apogeu, e se revelou a doçura, a grandeza solene e a perfeita harmonia. Mas essa fase, de grande equilíbrio formal, não durou muito, logo seria transformada profundamente, dando lugar ao Maneirismo. Aqui Michelangelo, coroando o processo de exaltação do homem, levou-o a uma nova dimensão, a do sobre-humano, abrindo-lhe também as portas do trágico e do patético.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Comemorar o IDEB?
Acho uma pena que o Estado de Goiás comemore uma nota 3,6 para o Ensino Médio.
Mas já que a nota melhorou, não podemos deixar de parabenizar a luta dos profissionais da educação do Estado de Goiás (Professores e Funcionários Administrativos) e o esforço dos estudantes para superar os enormes entraves que encontramos no dia a dia das instituições educacionais - precariedade da rede física, falta de profissionais em várias áreas, desmandos da administração pública, ineficiência da liderança sindical, violências mil etc.
Parabéns Professores. Parabéns Administrativos. Parabéns alunos e comunidade.
E ao poder público, fica o alerta: dê ouvidos à voz do povo. Poderíamos melhorar muito mais se a comunidade escolar fosse ouvida.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Metodologia do Ensino de História
MINHA METODOLOGIA
DE ENSINO
Entendendo a História como ciência que encaminha a
escolha entre diversas possibilidades, sua metodologia de ensino
servirá de guia para que o aluno se prepare para esta escolha.
Deverá ela auxiliar o educando a selecionar entre todas aquelas
possibilidades de que podemos lançar mão, de uma maneira mais
científica e racional, para que se alcancem os fins maiores,
primordiais, ou seja, os objetivos, as metas.
O método deve facilitar o difícil caminho do
aprendizado, tornando-o suave, ameno. O aluno deve sentir-se
predisposto a aprender, motivado a conhecer o tempo histórico,
desprendendo-o do tempo cronológico. Valores éticos, como
solidariedade, respeito às diferenças e generosidade facilitam a
construção do coletivo, a equipe. Para construir o trabalho em
equipe é necessário ter em mente que se aprende fazendo,
experimentando, participando e o conteúdo pode representar a
motivação, ao despertar o interesse dos participantes. Método é
prática.
Minha proposta tem como objetivo “colocar a História
no campo da política”. Nessa perspectiva, ela vai ao encontro dos
princípios e dos objetivos do Ensino Médio, expressos na LDB e
relacionado à preparação para a cidadania e ao desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico. A problematização
do presente é articulada aos subsídios obtidos com o estudo dos
processos históricos, para compreensão dos conceitos. Isso
possibilita a incorporação e a ressignificação dos saberes
prévios dos alunos.
Elegi os conceitos como
eixos das unidades e os apresento como uma construção
cuja história se pretende examinar. Pensei os eixos conceituais como
moduladores da perspectiva cronológica, os quais cumprem também a
função de instrumentos na estratégia de relacionar temas do
passado com o cotidiano vivido. Os processos econômicos, sociais e
políticos são desnaturalizados, o que possibilita sua interpretação
em perspectiva renovada e crítica. A contextualização e a
interdisciplinaridade constituem eixos dessa abordagem metodológica
e serão desenvolvidas, principalmente, por meio de atividades
ampliadas por sugestões de leituras adicionais, sites e filmes. Os
conteúdos de História do Brasil estão interligados aos de História
Geral e estão articulados aos de outras disciplinas escolares com
propostas de pesquisas que envolvem conhecimentos de Literatura,
Química, Biologia, Geografia etc. Uso uma linguagem adequada ao
nosso alunado, mas incorporo, gradativamente, termos mais difíceis
com a devida explicação.
Proponho atividades criativas
para auxiliar na realização dos objetivos propostos, estimulo a
capacidade de produzir textos que, frequentemente, contribuem para a
interação entre os alunos, possibilitando também o desenvolvimento
de habilidades, como comparação, interpretação, formulação de
hipóteses, análise e síntese.
A principal preocupação do curso diz respeito à
metodologia da História. Discuto
a construção do saber histórico. Busco estabelecer a diferença
entre processo histórico – resultado das relações entre grupos e
sujeitos históricos – e a História – busca de inteligibilidade
para esse processo. Contrasto diferentes interpretações,
evidenciando o caráter sempre parcial e provisório do conhecimento
histórico, inevitavelmente atravessado pela subjetividade do
historiador. Faço uso de fontes escritas
de natureza variada (textos legais, cartas, relatos de viajantes,
material de imprensa, trechos de romances, poesias, letras de música,
grafites), demonstrando ao aluno que o processo histórico pode ser
flagrado a partir de registros os mais diversos possíveis, que nunca
são neutros. Valho me também de variedade
de fotografias, charges, histórias em quadrinhos, pinturas,
gravuras. Concedo grande destaque ao cinema, sugerindo excelentes
filmes, tanto nacionais quanto estrangeiros, observando a necessidade
de submetê-los à crítica histórica, uma vez que são configurados
como um discurso sobre a realidade, passada ou presente, que se
pretende compreender.
O que domina meu método é a perspectiva processual.
Adoto uma organização cronológica, mas não valorizo datas e
nomes, ao contrário, procuro desconstruir mitos e heróis, valorizo
sujeitos coletivos e os embates entre seus interesses e projetos e
adoto o conceito de classe social de matriz marxista.
Valorizo abordagens, temas e objetos como a história
do cotidiano, do consumo, das mulheres, das crianças, concedendo
ênfase especial aos setores desprivilegiados, cuja resistência à
dominação será apresentada nas suas múltiplas possibilidades
expressivas. Revoltas propriamente ditas, como Canudos, Contestado, a
Revolta da Chibata, a Revolta da Vacina, associadas às formas de
resistência nem sempre reconhecidas como tal, como é o caso de
manifestações culturais como festas, músicas etc. Incluo aspectos
simbólicos, relacionados à construção de identidades e projetos
de diferentes grupos, evitando que os processos sejam trabalhados por
um viés exclusivamente econômico ou político-institucional. O
aluno perceberá que as relações sociais se encontram atravessadas
por relações de poder, que extrapolam em muito o campo da política
stricto sensu.
Observará as relações de poder tanto no universo público como no
privado e verá as múltiplas estratégias de controle e coerção.
Destacarei o trabalho com o conceito de cultura.
Concedo espaço maior para a História de regiões e
povos que, em geral, recebem pouca atenção nos livros didáticos,
como hindus, persas, fenícios, chineses, hebreus e, atendendo ao
disposto na legislação, à História da África, reforçando os
novos olhares lançados à História da escravidão e das relações
raciais nas Américas, no passado e presente. Tenho grande
preocupação em fornecer informações e problematizar episódios
recentes, perseguindo objetivo de revelar as conexões entre passado
e presente e apontar permanências e rupturas. Procuro, igualmente,
apresentar ao aluno processos em curso em outros espaços
geográficos, distintos daquele que está sendo tratado no momento,
chamando a atenção para a integração e o descompasso entre
processos históricos nos planos nacional e global.
Optei por tomar a História como instrumento de
politização, fazendo da construção da cidadania
uma questão central. Enfatizo a capacitação do aluno para pensar
criticamente a realidade, posicionar-se e, consequentemente, atuar e
assumir seus direitos e responsabilidades. Na História do Brasil,
defendo o princípio multicultural traduzido na atenção concedida à
História dos afros descendentes e à dos povos indígenas, o que
contribui para apresentá-los como sujeitos históricos autônomos e
para legitimar suas demandas por identidade própria. A intolerância
e o fundamentalismo de cunho religioso são criticados sempre.
Outra importante estratégia metodológica serão as
visitas a museus. Fundamental para que o aluno se familiarize cada
vez mais com ambientes próprios ao trabalho do historiador e para
que ele conscientize-se da necessidade de se preservar o patrimônio
cultural e histórico de uma sociedade.
Músicas em sala de aula serão momentos propícios ao
incremento do repertório artístico-cultural do alunado.
Segue uma lista sucinta das estratégias metodológicas
e dos recursos materiais que serão utilizados em todo o Ensino Médio
nas aulas de História:
- Aulas expositivas dialogadas
- Leitura e interpretação de textos diversos
- Observação e análise de fotografias, mapas, documentos escritos (escrituras, atas, cartas, relatórios, certidões etc.).
- Debates
- Seminários temáticos
- Aulas de campo em museus
quarta-feira, 18 de julho de 2012
A manipulação da verdade
Dom Eugênio Sales era, com todo o respeito, o cardeal da ditadura
Ribamar
Bessa Freire, via Portal
Terra
O
tratamento que a mídia deu à morte do cardeal dom Eugênio Sales,
ocorrida na segunda-feira, dia 9, com direito à pomba branca no
velório, me fez lembrar o filme alemão Uma
cidade sem passado,
de 1990, dirigido por Michael Verhoven. Os dois casos são exemplos
típicos de como o poder manipula as versões sobre a história,
promove o esquecimento de fatos vergonhosos, inventa despudoradamente
novas lembranças e usa a memória, assim construída, como um
instrumento de controle e coerção.
Comecemos
pelo filme, que se baseia em fatos históricos. Na década de 1980, o
Ministério da Educação da Alemanha realiza um concurso de redação
escolar, de âmbito nacional, cujo tema é “Minha cidade natal na
época do 3º Reich”. Milhares de estudantes se inscrevem, entre
eles a jovem Sônia Rosenberger, que busca reconstituir a história
de sua cidade, Pfilzing – como é denominada no filme –,
considerada até então baluarte da resistência antinazista.
Mas
a estudante encontra oposição. As instituições locais de memória
– o arquivo municipal, a biblioteca, a igreja e até mesmo o
jornal Pfilzinger
Morgen –
fecham-lhe suas portas, apresentando desculpas esfarrapadas. Ninguém
quer que uma “judia e comunista” futuque o passado. Sônia,
porém, não desiste. Corre atrás. Busca os documentos orais.
Entrevista pessoas próximas, familiares, vizinhos, que sobreviveram
ao nazismo. As lembranças, contudo, são fragmentadas,
descosturadas, não passam de fiapos sem sentido.
A
jovem pesquisadora procura, então, as autoridades locais, que se
recusam a falar e ainda consideram sua insistência como uma ameaça
à manutenção da memória oficial, que é a garantia da ordem
vigente. Por não ter acesso aos documentos, Sônia perde os prazos
do concurso. Desconfiada, porém, de que debaixo daquele angu tinha
caroço – perdão, de que sob aquele chucrute havia salsicha –
resolve continuar pesquisando por conta própria, mesmo depois de
formada, casada e com filhos, numa batalha desigual que durou alguns
anos.
Hostilizada
pelo poder civil e religioso, Sônia recorre ao Judiciário e entra
com uma ação na qual reivindica o direito à informação. Ganha o
processo e, finalmente, consegue ingressar nos arquivos. Foi aí, no
meio da papelada, que ela descobriu, horrorizada, as razões da
cortina de silêncio: sua cidade, longe de ter sido um bastião da
resistência ao nazismo, havia sediado um campo de concentração.
Lá, os nazistas prenderam, torturaram e mataram muita gente, com a
cumplicidade ou a omissão de moradores, que tentaram, depois, apagar
essa mancha vergonhosa da memória, for jando um passado que nunca
existiu.
Os
documentos registraram inclusive a prisão de um judeu, denunciado na
época por dois padres, que no momento da pesquisa continuavam ainda
vivos, vivíssimos, tentando impedir o acesso de Sônia aos
registros. No entanto, o mais doloroso era que aqueles que, ontem,
haviam sido carrascos, cúmplices da opressão, posavam, hoje, como
heróis da resistência e parceiros da liberdade. Quanto escárnio!
Os safados haviam invertido os papéis. Por isso, ocultavam os
documentos.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Consumismo nosso de cada dia
IMPERIALISMO
E CRISE SOCIOAMBIENTAL
Maurício
Broinizi Pereira
professor de história contemporânea e coordenador do programa de pós-graduação em história da puc-sp
professor de história contemporânea e coordenador do programa de pós-graduação em história da puc-sp
Os
principais acontecimentos políticos do final do século passado e a
reificação do processo de aceleração das transformações
tecnológicas em curso, entre outras questões, criaram a ilusão da
inexorabilidade e imperiosidade do capitalismo como o único sistema
econômico-social viável para a humanidade. A globalização e o
neoliberalismo, instrumentos do processo de mundialização do
capital, foram alçados à condição de únicas receitas eficazes
para alavancar o crescimento econômico mundial e, em particular, o
dos países enredados nas mazelas da pobreza.
A movimentação de capital, sem dúvida, foi intensa: mega transações, megafusões, mega especulações, incorporações avassaladoras de significativas porções do Leste Europeu e da China no percurso dos investimentos e da reprodução e acumulação de capital, além da intensificação do desenvolvimento capitalista em grande parte do Sudeste Asiático. Enquanto isso, após a recessão dos anos de 1991 a 1993, os Estados Unidos experimentaram, até 2000, um enorme boom econômico, recuperando níveis altíssimos de investimento, emprego e produtividade — e também de especulação na chamada Nova Economia, como retratavam os índices Nasdaq de ações de empresas de tecnologia —, colhendo uma porção significativa dos frutos da ampla abertura econômica que marcou a década passada.
O empenho da Era Clinton por manter o boom econômico era tamanho que, além de manter todas as pressões sistêmicas para que grande parte dos países aprofundassem a política de open door, o presidente assumia pessoalmente o papel de lobista mundial de grandes projetos e empreendimentos de interesse de empresas norte-americanas, chegando a tomar para si, por diversas vezes, a patética missão de tentar convencer o governo e o povo japonês de que eles deveriam consumir bem mais e poupar muito menos, dado o reconhecido alto nível de poupança per capita existente no Japão e o moderado padrão de consumo de grande parte de sua população.
A receita dos anos de 1990, ainda que bem simplificada, pode ser resumida em desregulamentação, portas abertas, livre mercado, gigantescas e super produtivas empresas, consumo, muito consumo, acumulação, ampla liberdade de aplicações e especulações globalizadas, mais alguma acumulação etc., com, obviamente, a devida proteção ao poder político e militar das potências gerentes do sistema, particularmente o da superpotência imperial norte-americana, incluindo todo o poder simbólico que ela representa para o mundo como sociedade opulenta, de consumo abundante e vencedora.
A movimentação de capital, sem dúvida, foi intensa: mega transações, megafusões, mega especulações, incorporações avassaladoras de significativas porções do Leste Europeu e da China no percurso dos investimentos e da reprodução e acumulação de capital, além da intensificação do desenvolvimento capitalista em grande parte do Sudeste Asiático. Enquanto isso, após a recessão dos anos de 1991 a 1993, os Estados Unidos experimentaram, até 2000, um enorme boom econômico, recuperando níveis altíssimos de investimento, emprego e produtividade — e também de especulação na chamada Nova Economia, como retratavam os índices Nasdaq de ações de empresas de tecnologia —, colhendo uma porção significativa dos frutos da ampla abertura econômica que marcou a década passada.
O empenho da Era Clinton por manter o boom econômico era tamanho que, além de manter todas as pressões sistêmicas para que grande parte dos países aprofundassem a política de open door, o presidente assumia pessoalmente o papel de lobista mundial de grandes projetos e empreendimentos de interesse de empresas norte-americanas, chegando a tomar para si, por diversas vezes, a patética missão de tentar convencer o governo e o povo japonês de que eles deveriam consumir bem mais e poupar muito menos, dado o reconhecido alto nível de poupança per capita existente no Japão e o moderado padrão de consumo de grande parte de sua população.
A receita dos anos de 1990, ainda que bem simplificada, pode ser resumida em desregulamentação, portas abertas, livre mercado, gigantescas e super produtivas empresas, consumo, muito consumo, acumulação, ampla liberdade de aplicações e especulações globalizadas, mais alguma acumulação etc., com, obviamente, a devida proteção ao poder político e militar das potências gerentes do sistema, particularmente o da superpotência imperial norte-americana, incluindo todo o poder simbólico que ela representa para o mundo como sociedade opulenta, de consumo abundante e vencedora.
O
império do consumo
É
importante refletir sobre o papel simbólico que os Estados Unidos
representam, principalmente porque o estilo de vida norte-americano,
os seus produtos, valores e promessas, amplamente difundidos pelo
poder de sua indústria cultural e de suas propagandas, veiculadas
intensamente por todas as novas tecnologias de comunicação,
passaram a habitar, na última década, o imaginário de mais alguns
bilhões de pessoas expostas ao processo de mundialização do
capitalismo. É claro que tal processo não começou nos anos de
1990, mas o fim da União Soviética, a globalização e a
consistente transformação capitalista das economias chinesa e
indiana multiplicaram as condições de reprodução da sociedade
pautada no consumismo.
Pelo menos desde os anos de 1940, a sociedade de consumo de massa passou a ser não só o ideal mas também a realidade de grande parte dos norte-americanos.
“No começo da era que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, um consultor de vendas americano chamado Victor Lebow declarou:
´A nossa economia enormemente produtiva... requer que nós façamos do consumo o nosso modo de vida, que nós convertamos a compra e o uso de mercadorias em rituais... que nós busquemos a nossa satisfação espiritual ou do nosso ego no consumo... nós precisamos de coisas consumidas, destruídas, gastas, substituídas e descartadas numa taxa continuamente crescente´.”1
E nada foi tão plenamente realizado na sociedade norte-americana quanto esta inflexão de sessenta anos atrás.
Vale a pena refletir sobre alguns efeitos globais deste estilo de vida e padrão de consumo. Contando, em média, com um automóvel para cada dois habitantes, ou seja, com uma frota de aproximadamente 150 milhões de carros, os EUA – que têm menos de 5% da população mundial – consomem 26% do petróleo, 25% do carvão e 27% do gás natural do planeta, segundo dados divulgados em 2004 pelo Worldwatch Institute, uma fundação com trinta anos de experiência em pesquisa e processamento de dados sobre o “estado do planeta”. Em consequência, os EUA são responsáveis por cerca de 27% das emissões globais de CO2. O dióxido de carbono, o qual é o resultado da queima daqueles combustíveis fósseis, é o principal poluente da atmosfera e o grande responsável pelo processo de aquecimento global em curso.
Por outro lado, o governo Bush vem, sistematicamente, negando-se a reconhecer qualquer evidência de mudança climática, recusando-se a assinar o protocolo de Kioto, ainda que este seja uma tímida iniciativa para a redução da emissão de poluentes. Para um presidente com estreitas ligações com o complexo industrial militar e com o setor petrolífero norte-americanos, deve ser difícil aceitar que conste da sua agenda qualquer preocupação com os efeitos perversos, ainda que sejam fatais, da “civilização do bem”. Não bastassem seus comprometimentos evidentes, Bush foi acusado por sessenta cientistas norte-americanos, entre os quais doze são prêmios Nobel, de distorcer pesquisas científicas, incluindo as das mudanças climáticas, segundo seus interesses políticos, assim como distorceu os relatórios sobre o Iraque para poder fazer a guerra.
Este é apenas um exemplo das consequências ambientais globais de uma sociedade de consumo de massa que representa 5% da população do planeta. No entanto, esta sociedade tornou-se referência para outras tantas, objeto do desejo de milhões e milhões de consumidores potenciais, principalmente de economias emergentes que apenas começam a reproduzir o estilo de vida norte-americano. O exemplo mais significativo vem da China, onde apenas 20% de sua população começa a figurar com alto poder de consumo, porcentagem que equivale a toda a população consumidora norte-americana. Segundo dados que vem sendo divulgados pela imprensa, os chineses vem incorporando 11 mil novos carros por dia nas ruas de suas cidades, totalizando aproximadamente 15 milhões de automóveis particulares.
Esta nova situação levou o continente asiático à condição de maior produtor mundial de veículos, onde a China é o mercado que mais cresce. Se estas tendências forem mantidas, em poucos anos teremos na China uma frota de automóveis próxima à já existente nos EUA. Pode-se aplicar esta mesma linha de raciocínio para países como a Índia, Indonésia, Rússia e Brasil, onde mais da metade de suas grandes populações ainda não ingressaram na condição de consumidores de automóveis. No Brasil, a tendência é explícita, pois a industria automobilística, tanto para exportação quanto para consumo interno, parece continuar sendo considerada um dos principais agentes responsáveis por incrementar o crescimento econômico, dados os contínuos incentivos do governo Lula para o setor.
Em face da estrutura produtiva em que parte significativa do sistema está assentado, do conjunto de interesses que giram em torno da indústria automobilística e petrolífera, e da ideologia dominante e geradora de desejos de consumo, parece que o eco cínico em torno de Bush continuará tendo muitos adeptos, sustentado pela racionalidade/crença ocidental de que a tecnologia trará soluções para tudo, talvez até para a inexistência de recursos naturais que possam sustentar o atual paradigma produtivista/consumista. Tal paradigma continua, ainda que esteja em ampliação para novas áreas do planeta, realizando a circulação de mercadorias para muito poucos, já que mais de dois terços da humanidade continua sobrevivendo entre condições de miséria e pobreza. Concluída mais de uma década de globalização e neoliberalismo, uma enxurrada de dados divulgados recentemente por organizações multilaterais do próprio sistema, tais como ONU, OIT, Banco Mundial e o próprio FMI, apontam para a insustentabilidade socioeconômica e ética deste processo, que gerou mais concentração de renda entre os países ricos e para as classes mais abastadas em todo o planeta, aprofundando a desigualdade social e o desastre ambiental.
Pelo menos desde os anos de 1940, a sociedade de consumo de massa passou a ser não só o ideal mas também a realidade de grande parte dos norte-americanos.
“No começo da era que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, um consultor de vendas americano chamado Victor Lebow declarou:
´A nossa economia enormemente produtiva... requer que nós façamos do consumo o nosso modo de vida, que nós convertamos a compra e o uso de mercadorias em rituais... que nós busquemos a nossa satisfação espiritual ou do nosso ego no consumo... nós precisamos de coisas consumidas, destruídas, gastas, substituídas e descartadas numa taxa continuamente crescente´.”1
E nada foi tão plenamente realizado na sociedade norte-americana quanto esta inflexão de sessenta anos atrás.
Vale a pena refletir sobre alguns efeitos globais deste estilo de vida e padrão de consumo. Contando, em média, com um automóvel para cada dois habitantes, ou seja, com uma frota de aproximadamente 150 milhões de carros, os EUA – que têm menos de 5% da população mundial – consomem 26% do petróleo, 25% do carvão e 27% do gás natural do planeta, segundo dados divulgados em 2004 pelo Worldwatch Institute, uma fundação com trinta anos de experiência em pesquisa e processamento de dados sobre o “estado do planeta”. Em consequência, os EUA são responsáveis por cerca de 27% das emissões globais de CO2. O dióxido de carbono, o qual é o resultado da queima daqueles combustíveis fósseis, é o principal poluente da atmosfera e o grande responsável pelo processo de aquecimento global em curso.
Por outro lado, o governo Bush vem, sistematicamente, negando-se a reconhecer qualquer evidência de mudança climática, recusando-se a assinar o protocolo de Kioto, ainda que este seja uma tímida iniciativa para a redução da emissão de poluentes. Para um presidente com estreitas ligações com o complexo industrial militar e com o setor petrolífero norte-americanos, deve ser difícil aceitar que conste da sua agenda qualquer preocupação com os efeitos perversos, ainda que sejam fatais, da “civilização do bem”. Não bastassem seus comprometimentos evidentes, Bush foi acusado por sessenta cientistas norte-americanos, entre os quais doze são prêmios Nobel, de distorcer pesquisas científicas, incluindo as das mudanças climáticas, segundo seus interesses políticos, assim como distorceu os relatórios sobre o Iraque para poder fazer a guerra.
Este é apenas um exemplo das consequências ambientais globais de uma sociedade de consumo de massa que representa 5% da população do planeta. No entanto, esta sociedade tornou-se referência para outras tantas, objeto do desejo de milhões e milhões de consumidores potenciais, principalmente de economias emergentes que apenas começam a reproduzir o estilo de vida norte-americano. O exemplo mais significativo vem da China, onde apenas 20% de sua população começa a figurar com alto poder de consumo, porcentagem que equivale a toda a população consumidora norte-americana. Segundo dados que vem sendo divulgados pela imprensa, os chineses vem incorporando 11 mil novos carros por dia nas ruas de suas cidades, totalizando aproximadamente 15 milhões de automóveis particulares.
Esta nova situação levou o continente asiático à condição de maior produtor mundial de veículos, onde a China é o mercado que mais cresce. Se estas tendências forem mantidas, em poucos anos teremos na China uma frota de automóveis próxima à já existente nos EUA. Pode-se aplicar esta mesma linha de raciocínio para países como a Índia, Indonésia, Rússia e Brasil, onde mais da metade de suas grandes populações ainda não ingressaram na condição de consumidores de automóveis. No Brasil, a tendência é explícita, pois a industria automobilística, tanto para exportação quanto para consumo interno, parece continuar sendo considerada um dos principais agentes responsáveis por incrementar o crescimento econômico, dados os contínuos incentivos do governo Lula para o setor.
Em face da estrutura produtiva em que parte significativa do sistema está assentado, do conjunto de interesses que giram em torno da indústria automobilística e petrolífera, e da ideologia dominante e geradora de desejos de consumo, parece que o eco cínico em torno de Bush continuará tendo muitos adeptos, sustentado pela racionalidade/crença ocidental de que a tecnologia trará soluções para tudo, talvez até para a inexistência de recursos naturais que possam sustentar o atual paradigma produtivista/consumista. Tal paradigma continua, ainda que esteja em ampliação para novas áreas do planeta, realizando a circulação de mercadorias para muito poucos, já que mais de dois terços da humanidade continua sobrevivendo entre condições de miséria e pobreza. Concluída mais de uma década de globalização e neoliberalismo, uma enxurrada de dados divulgados recentemente por organizações multilaterais do próprio sistema, tais como ONU, OIT, Banco Mundial e o próprio FMI, apontam para a insustentabilidade socioeconômica e ética deste processo, que gerou mais concentração de renda entre os países ricos e para as classes mais abastadas em todo o planeta, aprofundando a desigualdade social e o desastre ambiental.
Nota
1
Durning, Alan, in Qualidade de Vida, 1991. Worldwatch Institute. São
Paulo, Globo, 1991, p.205.
Texto
retirado do sítio da Revista PUCVIVA
http://www.apropucsp.org.br/revista/r20_r04.htm
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Variando na Rede: PALESTRA EM POWERPOINT SOBRE O ENEM
Variando na Rede: PALESTRA EM POWERPOINT SOBRE O ENEM: Há pouco menos de uma mês para a prova do ENEM, toda informação pode ser útil para conseguir uma boa nota, para contribuir com os alunos da...
domingo, 17 de junho de 2012
O que sustenta o capitalismo.
Capitalismo não se sustenta sem fome, guerra, miséria, desemprego, favelas, violência, corrupção, epidemias, degradação ambiental, tráfico ilegal de drogas, armas e seres humanos.
É essencial para este sistema que toda sorte de males se perpetuem, pois só assim os privilégios da minoria dominante permanecem.
A exploração de um ser humano por outro, a concentração fundiária e de renda, a mentira, a imoralidade, a loucura, o desespero, o vício. Tudo isso é condição de existência do capitalismo.
Não existe capitalismo sem atraso, subdesenvilvimento, racismo, machismo, homofobia, roubo, desinformação, desvios de conduta e morte.
É essencial para este sistema que toda sorte de males se perpetuem, pois só assim os privilégios da minoria dominante permanecem.
A exploração de um ser humano por outro, a concentração fundiária e de renda, a mentira, a imoralidade, a loucura, o desespero, o vício. Tudo isso é condição de existência do capitalismo.
Não existe capitalismo sem atraso, subdesenvilvimento, racismo, machismo, homofobia, roubo, desinformação, desvios de conduta e morte.
domingo, 10 de junho de 2012
Cortina de fumaça
Cortina de fumaça é o nome de um filme que assisti e gostei muito, por isso recomendo a todos os que se interessam pelo assunto "drogas".
http://www.youtube.com/watch?v=L44QDZjKNzY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=L44QDZjKNzY&feature=related
Por que a maconha é proibida?
Assisti e recomento o filme abaixo. Apesar de não
concordar com o título,
gostei do conteúdo e da abordagem feita a respeito do
assunto.
Maconha (Grass) - A História
Verdadeira e sem Cortes da Proibição
da Cannabis
Um documentário corajoso sobre um dos assuntos mais polêmicos dos nossos tempos: a guerra contra a marijuana, desde a década de 1920 até os dias de hoje:
- Os bilhões de dólares gastos pelo governo norte-americano para o "combate às drogas";
- As bizarras campanhas publicitárias criadas no século XX com o objetivo de propagar o mito da "erva maldita";
- O racismo implícito na criminalização de muitos usuários da erva do início do século XX, nos EUA;
- Os interesses políticos por trás da proibição.
MACONHA é um documento histórico sobre a guerra contra o uso da cannabis.
Narrado pelo ator Woody Harrelson, de "O Povo Contra Larry Flynt".
- As bizarras campanhas publicitárias criadas no século XX com o objetivo de propagar o mito da "erva maldita";
- O racismo implícito na criminalização de muitos usuários da erva do início do século XX, nos EUA;
- Os interesses políticos por trás da proibição.
MACONHA é um documento histórico sobre a guerra contra o uso da cannabis.
Narrado pelo ator Woody Harrelson, de "O Povo Contra Larry Flynt".
Diretor: Ronn Mann
Ano de Lançamento: 1999
Gênero: Documentário
Duração: 78 Minutos
Classificação etária: 16 anos
Gênero: Documentário
Duração: 78 Minutos
Classificação etária: 16 anos
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Até quando?
Até Quando?
Gabriel O Pensador
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada
até quando vai ficar sem fazer nada
terça-feira, 29 de maio de 2012
Bimestralização pra quê?
Repúdio
à bimestralização
Repudio
a adoção deste documento de bimestralização do currículo
mínimo, proposto pela Secretaria de Educação do Estado de Goiás,
por se constituir num instrumento de engessamento do processo de
construção do planejamento anual dos Professores e Professoras e de
limitação da autonomia pedagógica e administrativa das unidades
escolares.
O
referido documento, que foi enviado às escola no início do ano,
após a semana reservada no calendário da rede para o planejamento
do ano letivo não acrescenta nem contribui em nada com o trabalho
docente, a não ser trazendo o problema citado acima. Além de conter
alguns pontos problemáticos.
Entendo
então que a oficialização desta bimestralização não contempla
nenhuma solução para os problemas mais urgentes que dificultam a
efetivação do currículo mínimo, como, por exemplo, a inadequação
do material didático (livros) disponibilizado para o aluno. Tais
livros não contém certos conteúdos que fazem parte do currículo
no que se refere à realidade local (História de Goiás).
Alguns
problemas menores podem ser resolvidos pelos próprios trabalhadores
no momento da elaboração de seu plano anual.
domingo, 27 de maio de 2012
Como estudar.
Como estudar? (Parte 1)
Ações e estratégias de trabalho que podem ajudar os alunos, em seu cotidiano, a atingir melhores resultados na escola.

Durante o ano escolar é preciso se organizar nos estudos para que a aprendizagem aconteça. Neste sentido é preciso saber exatamente o que fazer, ou seja, como estudar. Neste e em próximos textos trazemos orientações que servem para os alunos e que podem ajudar pais e professores. Esperamos que possam contribuir bastante para um bom rendimento em aulas, avaliações, tarefas e trabalhos. Acreditamos que com estas orientações os compromissos escolares sejam realizados de forma mais organizada, com resultados finais mais satisfatórios e, ainda, para que tudo seja feio nos prazos e da melhor forma possível. Esperamos que este material seja útil e que possa render muitos benefícios para seus usuários. Seguem abaixo as primeiras recomendações:
a) ORGANIZE SEUS MATERIAIS - Na véspera das aulas organize sua mochila com os materiais necessários para as atividades do dia seguinte antes de ir dormir. Livros, cadernos, estojos, réguas e materiais extras requisitados devem ser arrumados de forma antecipada para evitar peso extra na mochila e impossibilidade de participação em alguma atividade por falta de materiais.
b) MANTENHA SUA AGENDA ATUALIZADA - Anote numa agenda ou mantenha informes de compromissos escolares em uma parte específica de seu caderno para não perder prazos de entrega de tarefas, trabalhos ou participação em aulas extras, reuniões... Estas anotações devem ser compartilhadas com os pais ou responsáveis (no caso de alunos mais novos ou com maior dificuldade de organização) para que também eles saibam de seus compromissos e de sua organização.
c) FAÇA PERGUNTAS - Não entendeu? Não tenha vergonha de levantar à mão e perguntar. Pergunte na hora, peça para o professor explicar novamente. Peça exemplos que facilitem a compreensão ou então que os exercícios que geraram dúvidas sejam refeitos. Só depois que tiver certeza que entendeu é que você estará bem preparado para tarefas, exercícios em sala de aula ou provas.
d) FAÇA ANOTAÇÕES DETALHADAS - Durante as aulas faça as anotações sugeridas pelos professores e também se sinta a vontade para colocar ao lado anotações e observações adicionais nas quais sua compreensão do que está sendo explicado faça parte de seus registros.
e) ELIMINE DISTRAÇÕES - Na hora em que for estudar mantenha o foco apenas nos estudos e elimine as distrações. Não estude com música, TV ligada, telefones, computador ou qualquer outro recurso por perto que possa tirar sua atenção. No horário em que definir como período de resolução de tarefas e trabalhos ou ainda de estudo diário das matérias trabalhadas na escola faça-o em lugar tranquilo, sem movimento ou passagem de pessoas. Peça aos demais membros da família para não interromperem seus estudos.
f) TROQUE IDEIAS COM COLEGAS SOBRE OS ASSUNTOS ESTUDADOS - Seus colegas de classe elaboram também sua compreensão dos conteúdos e conceitos trabalhados em aula e, cada um faz isso de uma forma diferente, mesmo que os temas sejam iguais. Ao trocar ideias com eles o seu entendimento da matéria trabalhada pode então ser enriquecido ou facilitado.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
A necessidade da utopia
Tão necessário quanto a respiração para a vida é a utopia. Não existe vida sem ela. É o combustível vital que mantém o coração humano pulsando. É alimento essencial à circulação sanguínea.
Não há vida fora da utopia. Fundamental para nos manter de pé e com saúde, caminhando em frente.
Sem ela a visão turva, a audição fraqueja, o tato endurece, o paladar some, o olfato não se realiza.
Nossa percepção da realidade se dissipa sem a utopia. Não enxergamos um palmo à frente do nariz se não somos utópicos.
Estamos mortos sem utopia. A vida não faz sentido se não sonhamos e desejamos um mundo de paz, justiça e igualdade. Um mundo onde o nosso trabalho é recompensado com a satisfação de nossas necessidades. Um mundo onde o direito se realiza por si. Nesse mundo não há esse nosso medo paralisante de cada dia.
Utopos é aqui.
Não há vida fora da utopia. Fundamental para nos manter de pé e com saúde, caminhando em frente.
Sem ela a visão turva, a audição fraqueja, o tato endurece, o paladar some, o olfato não se realiza.
Nossa percepção da realidade se dissipa sem a utopia. Não enxergamos um palmo à frente do nariz se não somos utópicos.
Estamos mortos sem utopia. A vida não faz sentido se não sonhamos e desejamos um mundo de paz, justiça e igualdade. Um mundo onde o nosso trabalho é recompensado com a satisfação de nossas necessidades. Um mundo onde o direito se realiza por si. Nesse mundo não há esse nosso medo paralisante de cada dia.
Utopos é aqui.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
A lógica da escola
A
LÓGICA DA ESCOLA
Como
se instituiu a atual forma da escola? Para compreendermos isso e
também apreendermos o papel que a avaliação passou a ter na
escola, é fundamental entendermos o processo histórico de
distanciamento da escola em relação à vida, em relação à
prática social. Esse afastamento foi ditado por uma necessidade
ligada à formação social capitalista, a qual, para apoiar o
desenvolvimento das forças produtivas, necessitou de uma escola que
preparasse rapidamente, e em série, recursos humanos para alimentar
a produção de forma hierarquizada e fragmentada – e isso só era
possível ser feito de forma escolarizada.
Foi
exatamente esse afastamento da vida real que levou aos processos de
aprendizagem propedêuticos e artificiais, necessários para
facilitar a aceleração dos tempos de preparação dos alunos. Todos
sabemos que ensinar de uma maneira tradicional – verbal e por série
– é mais rápido do que por métodos ativos que exijam a
participação do aluno. As necessidades de preparação de mão de
obra do capitalismo forçaram o aparecimento da instituição escola
na forma atual. O conhecimento for partido em disciplinas,
distribuído por anos e os anos foram subdivididos em partes menores
que servem para controlar uma certa velocidade de aprendizagem do
conhecimento. Convencionou-se que uma certa quantidade de
conhecimento devia ser dominada pelos alunos dentro de um determinado
tempo. Processos de verificação pontuais indicam se houve ou não
domínio do conhecimento. Quem domina avança e quem não aprende
repete o ano (ou sai da escola).
A
necessidade de introduzir mecanismos artificiais de avaliação
(provas, testes etc.) foi motivada pelo fato de a vida ter ficado do
lado de fora da escola. Com isso, ficaram lá também os “motivadores
naturais” para a aprendizagem, obrigando a escola a lançar mão de
“motivadores artificiais” - foi desenvolvido um sistema de
avaliação com notas como forma de estimular a aprendizagem e de
controlar o comportamento de contingentes cada vez maiores de
crianças que acudiam à escolar e tinham de ficar dentro dela,
imobilizadas, ouvindo o professor. O isolamento e o artificialismo da
escola levaram a uma avaliação igualmente artificial.
Os
processos de avaliação tomam o lugar dos motivadores naturais e
passam a ser a principal ancoragem, além da pressão familiar, para
produzir a motivação para o estudo. Como na escola
aprendem-se/ensinam-se relações, a avaliação assume a forma de
uma “mercadoria” com as características de dualidade existentes
na sociedade capitalista: valor de uso e valor de troca, com
predomínio do último sobre o primeiro. “Aprender para trocar por
nota.”
O
aluno é cada vez mais conformado a ver a aprendizagem como algo que
só tem valor a partir da nota (ou aprovação social), que lhe é
externa, e a troca pela nota assume o lugar da importância do
próprio conhecimento como construção pessoal e poder de
interferência no mundo. O processo de avaliação adquire
centralidade na escola, porque faz parte da gênese do aparecimento
da forma escolar – separada da vida.
É
comum os alunos indagarem para que serve a o que estão aprendendo.
Professores têm de se desdobrar para conseguir motivar os alunos.
Tudo isso porque a escola é vista como preparação para a vida, e
não como a própria vida. Isolados em salas de aula, assistem das
janelas da escola à vida passar. Estão “Enclausurados”, à
espera de poder viver quando chegar a hora. O saber é passado
verbalmente ou por meio de livros ou materiais impressos – são
impedidos de aprender com a natureza e com a sociedade. Tal é o
isolamento e a artificialização a que são submetidos os alunos.
Entretanto, a sala de aula é uma construção histórica com
finalidades claras de aprendizagem de determinadas relações sociais
vigentes na sociedade que a cerca.
Não
foi o professor quem inventou essa lógica: ela faz parte da própria
gênese da escola. Não é apenas uma questão de sistema seriado ou
não: trata-se de uma concepção de como se organiza todo o trabalho
pedagógico, as relações de produção de conhecimento e de poder,
em que a existência de séries é apenas mais um elemento, e não o
único. Essa lógica escolar é tão comum e corrente, que é dada
como certa, sem questionamento – o professor não tem poder para
mudá-la, é obrigado a trabalhar supondo-a.
Adaptado
do livro Ciclos, seriação e avaliação - confronto de lógicas.
Luiz
Carlos de Freitas.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Mundurukando: "Não somos donos da teia da vida, mas um de seus f...
Mundurukando: "Não somos donos da teia da vida, mas um de seus f...: Moura Tukano O Mundo foi tecido por um Criador. Sem limites e sem fronteiras. Nossos atos têm conseqüências imediatas por sermo...
domingo, 6 de maio de 2012
Educação legendada
Educação legendada
O Alô, professor conversou com o criador do portal que traduz aulas das melhores universidades do mundo e as disponibiliza gratuitamente na internet.
Por: Thiago Camelo
Publicado em 18/04/2012 | Atualizado em 18/04/2012
Página inicial do Veduca: os cursos são divididos por áreas, assuntos, professores e universidades. (imagem: reprodução)
O movimento de ‘cursos abertos’ é conhecido no mundo. Com as facilidades digitais e de plataformas na internet que suportam vídeos com horas de duração, basta ter uma câmera e alguma boa vontade para gravar um curso inteiro – seja uma aula introdutória de álgebra, em Stanford, ou literatura estadunidense, em Yale.
Hoje, milhares de cursos estão disponíveis na rede para qualquer curioso, estudante ou, mesmo, profissional da área. No Brasil, a 'moda' ainda não pegou
Hoje, milhares de cursos estão disponíveis na rede para qualquer curioso, estudante ou, mesmo, profissional da área.
Vários portais, entre eles o YouTube, compilam esses vídeos educacionais. No Brasil, a ‘moda’ ainda não pegou e são poucas as universidades que abrem, ao menos, parte de suas aulas – a Universidade Estadual de Campinas e a Fundação Getúlio Vargas são exceções.
Com esse cenário à frente – e a dicotomia do que acontece no mundo e no Brasil em mente –, o engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) Carlos Souza colocou no ar há um mês e meio, com outros três sócios, o Veduca, portal brasileiro que agrega quase 5 mil aulas de universidades ao redor do mundo; Harvard, Columbia, Yale e Stanford são algumas das 11 instituições contempladas. No portal, é possível assistir a aulas de professores consagrados e, até mesmo, uma tradução do famoso curso de Dalai Lama, em Stanford, sobre compaixão.
Dez tradutores foram contratados para legendar as aulas e, até agora, 100 estão traduzidas. No entanto, Souza diz ao Alô, Professor que o Veduca ‘mira alto’ e que, para o final do ano, quer ao menos metade das aulas com texto em português. Terá ajuda extra:
“Há duas semanas, resolvemos abrir a possibilidade de legendagem colaborativa, pois recebemos muitas mensagens de pessoas querendo ajudar de alguma forma”, diz o engenheiro de 31 anos, que já foi professor, trabalhou no mercado publicitário e agora quer ganhar a internet com o Veduca – acrônimo para vídeo + educação.
Leia abaixo a íntegra da entrevista com Carlos Souza.
- O engenheiro Carlos Souza, criador do Veduca – um acrônimo para vídeo e educação. (foto: divulgação)
Ciência Hoje On-line: Por que um portal de educação no formato do Veduca?
Carlos Souza: Há seis meses, vinha com a ideia de criar um negócio. Estudei tipos de negócio que já existiam em outros países e não existiam no Brasil. Nos Estados Unidos, houve uma revolução na educação, desde o começo dos anos 2000, que não aconteceu por aqui: os cursos abertos.
Carlos Souza: Há seis meses, vinha com a ideia de criar um negócio. Estudei tipos de negócio que já existiam em outros países e não existiam no Brasil. Nos Estados Unidos, houve uma revolução na educação, desde o começo dos anos 2000, que não aconteceu por aqui: os cursos abertos.
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)começou a filmar os seus cursos e disponibilizá-los na internet. Logo depois, as melhores universidades do mundo começaram a fazer o mesmo. Foi um movimento que foi se espalhando.
E por que no Brasil as pessoas não assistem tanto a esses vídeos e as universidades não disponibilizam suas aulas on-line? Por que, afinal, o movimento de 'curso aberto' não pegou no país?
No Brasil, esse movimento ainda está engatinhando. O primeiro motivo: apenas 2% da população falam inglês a ponto de entender uma aula com conteúdo mais aprofundado. E as universidades brasileiras, com exceção de algumas poucas, não abraçaram a ideia de 'curso aberto'. Por isso, achamos que seria uma boa oportunidade disponibilizar essas aulas com legenda, nosso país precisa muito. Temos planos, e já conversamos com algumas universidades nacionais, de filmar aulas aqui no Brasil e disponibilizar, gratuitamente, no Veduca. É uma forma de começar o processo de curso aberto no Brasil.
No Brasil, esse movimento ainda está engatinhando. O primeiro motivo: apenas 2% da população falam inglês a ponto de entender uma aula com conteúdo mais aprofundado. E as universidades brasileiras, com exceção de algumas poucas, não abraçaram a ideia de 'curso aberto'. Por isso, achamos que seria uma boa oportunidade disponibilizar essas aulas com legenda, nosso país precisa muito. Temos planos, e já conversamos com algumas universidades nacionais, de filmar aulas aqui no Brasil e disponibilizar, gratuitamente, no Veduca. É uma forma de começar o processo de curso aberto no Brasil.
“Temos noção do nosso potencial. No Brasil, são 18 milhões de pessoas com curso superior. Parte delas, certamente, tem interesse nas nossas aulas”
Como tem sido a receptividade ao Veduca?
Temos pouco mais de um mês de site e já contamos com 75 mil visitantes. Mas queremos chegar ao final do ano com 1 milhão de visitantes por mês e metade das aulas já traduzidas. Estamos correndo atrás de patrocínio também. Três parcerias já estão bem encaminhadas. Como queremos que o conteúdo sempre seja gratuito, nosso portal sobreviverá de publicidade.
Temos pouco mais de um mês de site e já contamos com 75 mil visitantes. Mas queremos chegar ao final do ano com 1 milhão de visitantes por mês e metade das aulas já traduzidas. Estamos correndo atrás de patrocínio também. Três parcerias já estão bem encaminhadas. Como queremos que o conteúdo sempre seja gratuito, nosso portal sobreviverá de publicidade.
Mas o mais bacana é que, apesar de termos investido muito pouco em divulgação [o Veduca tem uma assessoria de imprensa, mas não gastou com publicidade], estamos chegando às pessoas. E estamos chegando sobretudo pelo boca a boca. Alguém viu na TV, no texto do colunista ou na nota do jornal e falou para o amigo. Temos noção do nosso potencial. No Brasil, são 18 milhões de pessoas com curso superior. Parte delas, certamente, tem interesse nas nossas aulas.
Vocês se basearam em algum outro portal que tem como diferencial a legendagem de palestras ou aulas? O TED (instituição sem fins lucrativos que organiza palestras sobre ciência e inovação) lhe é familiar?
Nós estudamos centenas de sites, que têm um propósito de democratização parecido com o nosso: o TED de fato nos inspirou nessa parte de legendagem. Mas, diferentemente deles, optamos por desenvolver uma ferramenta própria de legendagem.
E em que pé anda a legendagem colaborativa?Há duas semanas, resolvemos abrir a possibilidade de legendagem colaborativa, pois recebemos muitas mensagens de pessoas querendo ajudar de alguma forma. A ferramenta de legendagem é bastante simples. O usuário assiste ao vídeo, quem em geral já tem legenda em inglês, e vai traduzindo. Sem chamar atenção, em poucos dias, 30 legendadores já trabalham colaborativamente conosco. Depois, é claro, essa legendagem colaborativa passa pelos revisores, já que legendar os assuntos tratados nas aulas, como biologia e anatomia, por exemplo, não é algo tão trivial.
“Achamos que aprofundar a notícia e aprender com ela podem ser novas maneiras de se destacar”
E a ideia de ter uma seção editorializada, que associa a aula a alguma notícia do dia, foi baseada em alguma iniciativa?
Essa ideia de aprender com as notícias é interessante. Vimos que o New York Timesiria começar com isso, mas acabou não vingando. Aí pensamos: "Opa, isso a gente consegue fazer" [risos].
Essa ideia de aprender com as notícias é interessante. Vimos que o New York Timesiria começar com isso, mas acabou não vingando. Aí pensamos: "Opa, isso a gente consegue fazer" [risos].
Acreditamos muito nessa interconexão de conteúdos. O primeiro passo que demos nessa direção foi relacionar uma notícia importante com aulas que temos no site.
Hoje em dia, lemos em 500 portais diferentes a mesma notícia. O modo como eles se destacam é 'dando o furo', publicando primeiro. Mas achamos que aprofundar a notícia e aprender com ela podem ser novas maneiras de se destacar.
Com a adoção da legendagem aberta, mesmo que por acaso vocês acabaram virando uma rede, se não social, ao menos colaborativa. Há planos de transformar o Veduca numa rede social, de fato, em que as pessoas tenham perfis com gostos pessoais e interajam umas com as outras?Sim! O próximo módulo de inovações será exatamente esse: montar um sistema de comunidade completo, com possibilidade de interação e troca de informação sobre as aulas e a qualidade das legendas. Obviamente, não queremos nos tornar o Facebook. O Facebook já existe. Mas queremos formar a nossa comunidade, algo mais segmentado.
É muita informação circulando...Pois é. Achamos que a internet precisa de curadoria, de editores. Pessoas que escolhem, num mar de informação, aquilo que é bacana. Outro dia estive com o pessoal da Veja. Eles têm vídeos sensacionais no YouTube, mas com pouquíssimos acessos. Porque a mentalidade de quem entra no YouTube não é, necessariamente, a de aprender. Quando se cria grandes plataformas, perde-se um pouco do foco. Seu usuário acaba não se encontrando no portal.
Temos o nosso objetivo definido: educação. Somos uma comunidade educacional. E não concordo com os extremos: 100% colaborativo ou 100% fechado. Buscamos uma parceria com a comunidade, mas com uma visão editorial definida. Acho que é esse o futuro da informação.
Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line
Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line
Ações
http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2012/04/educacao-legendada/view
Assinar:
Postagens (Atom)