Depois de cinquenta e um dias de paralisação, os trabalhadores em educação do Estado de Goiás resolveram na terça feira, 27 de março, ainda que a contragosto, supender o movimento grevista iniciado em 6 de fevereiro.
Tentando me manter fiel a meus princípios, segui a máxima de que só uma Assembleia de trabalhadores pode encerrar um movimento iniciado por outra Assembleia de trabalhadores. Sei que muita gente não pensa assim e que, alguns, mesmo pensando assim não o fazem.
Voltei então à rotina de aulas no Colégio Estadual José Alves de Assis, em Aparecida de Goiânia, Goiás, já que a rotina da Escola Municipal César da Cunha Bastos em Goiânia só foi interrompida entre os dias 14 e 16 de março.
Quando eu falo de rotina falo dela no sentido mais negativo que pode ter. Meus colegas trabalhadores não tinham aderido ao movimento ou o tinham parcialmente, portanto a rotina da escola foi mantida quase que na sua inteireza. Foi triste encontrar a escola mergulhada nesta inércia que ajuda a manter no poder os bandidos que assaltam nosso Estado e que ajuda a perpetuar a baixíssima qualidade do ensino público neste nosso Brasil.
Considero esta situação uma afronta à dignidade do cidadão que paga caro por uma instrução pública que atenda minimamente às necessidades deste no que se refere ao acesso à informação sobre os bens culturais e científicos que a humanidade já foi capaz de produzir e ainda está a produzir.
Este cidadão, que é meu aluno, parece condenado ficar de fora do círculo de conquistas tecnológicas que a inteligência humana tem sido capaz de produzir para benefício da nossa espécie em todas as áreas, seja a saúde, o transporte, a moradia, o lazer, a segurança, o trabalho. Benefícios estes que ficam praticamente impossíveis de serem alcançados sem o atendimento ao direito básico à educação.
Que pena!
E o pior é constatar que até mesmo este cidadão se vê envolto numa confusão de informações tal que ele nem consegue entender que é manipulado a se voltar até mesmo contra alguém que, por acaso, tenta conscientizá-lo. Este pobre ser humano se presta a querer beijar seu algoz e a estapear quem lhe estende a mão.
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